sexta-feira, 27 de maio de 2011

Texto e contexto

Roberto de Queiroz

O conceito de texto (do latim textu [= tecer, fazer tecido] - cf. Dicionário Houaiss) é amplo e aberto a definições complexas. Mas, grosso modo, pode-se conceituar texto como “uma ocorrência linguística escrita ou falada, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. [Ou seja, como] [...] uma unidade de linguagem em uso” (Maria da Graça Costa Val, Redação e textualidade, São Paulo, Martins Fontes, 1991).

Pode-se argumentar que, por esse critério, nomeia-se texto uma palavra ou um grupo de palavras mencionados dentro de determinado contexto. Quer dizer, tanto uma palavra quanto um grupo de palavras podem ser considerados texto, o que permite tal nomeação é o contexto.

E contexto (do latim contextu) é o encadeamento das ideias de um texto. Envolve características extralinguísticas que determinam a produção linguística, como, por exemplo, o ambiente e o referente (cf. Dicionário Aurélio).

O vocábulo SILÊNCIO, por exemplo, grafado no interior de um hospital, transmite a mensagem de que ali não se pode fazer barulho, pois há pessoas doentes. Já no interior de um dicionário esse vocábulo não passa de simples verbete, dotado de acepções gramaticais, isto é, descontextualizado.

Logo, no primeiro caso há um texto, porque há contexto. No segundo não há, porque não há contexto.

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